domingo, 30 de junho de 2013

A Luta é um tema que levanta grandes questionamentos no meio escolar.
Alguns argumentam que falta vivência dos professores, tanto na vida pessoal como no âmbito acadêmico, para a abordagem do tema. Além disso, muitos manifestam preocupação com o fator violência, que julgam ser intrínseco às práticas de luta. Estes problemas incompatibilizariam e restringiriam as possibilidades de abordagem deste conteúdo na escola.
Mas será que de fato a luta gera a violência?
É importante dizer que as lutas são um conteúdo oficial da disciplina de Educação Física, apresentado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Esse documento não apenas define as lutas como um conteúdo a ser trabalhado, como também aponta alguns caminhos para que o professor desenvolva esse trabalho junto aos alunos.
E como o professor como pode ensiná-las se nunca praticou nenhuma luta?
Os vídeos e as vivências trazidas pelo professor nos mostraram algumas formas de se trabalhar com lutas, mesmo não sendo praticante de nenhum tipo de luta, abrindo possibilidades de levantamento de conhecimentos, pesquisa, vivência e ressignificação, ampliação e aprofundamento, produção e avaliação.

Obs.: Marina Leme passou a integrar o grupo

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quem luta, quem briga?
Obs.: para não deixar de lado os protestos que marcaram este semestre.
Vai GIGANTE levanta e mostra tua força e luta por seus DIREITOS.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Entrevista sobre Queimada com o Julio, 13 anos, filho da Paula, que explicou várias queimadas praticadas na sua escola. Ele e seus amigos jogam Carimbo pelo menos 3 vezes por semana, no recreio...

CARIMBO

Podem jogar quantos quiserem. É usada apenas uma bola. O campo é só um, onde todos tentam queimar e não ser queimos. Não há times, mas vão se formando grupos de aliados, para trocarem proteção. Se o jogador A queima o jogador B, este sai do campo; se um jogador C queimar o jogador A, A sai de campo e B volta para o jogo. Se um jogador queimou um monte de jogadores, quando ele for queimo ele sai e todos voltam. Se A tentar queimar B, mas B segurar a bola, então A está queimo. Se A tentar queimar B, a bola bater em B e for pega por C, A estará queimado por C. O jogo começa com um chute na bola. Quando só estiverem 3 jogadores não haverá mais volta ao jogo, para que siga até o fim, mas isso é raro de acontecer. Normalmente o jogo acaba quando acaba o recreio, sem vencedor. Quando o jogo fica monótono, sem ninguém queimar ninguém durante alguns minutos, um dos jogadores em campo pode chutar a bola e tudo recomeça.


QUEIMADA DE COLETES

Os jogadores se dividem em dois times, cada um ocupando metade da quadra. Para jogar essa queimada, precisa ter coletes de 5 cores, que serão usados da seguinte forma: a cor que tiver mais coletes será a primeira, e assim por diante, até a cor que tiver menos coletes, que será a quinta. Cada vez que um jogador é queimo, ele coloca um colete, seguindo a ordem estabelecida, e continua jogando. Enquanto o jogador estiver dentro da quadra ele pode ser queimado, mesmo que já tenha sido uma vez. Só quando sair da quadra para pegar seu colete estará imune. Se algum jogador sair da quadra sem motivo também pegará ou trocará o colete. O jogador que Só sairá do jogo o jogador que for queimado quando já estiver usando o 5º colete e perderá o jogo o time que perder 5 jogadores. Não há morto. Deve ser jogado com várias bolas, que podem ser de diferentes tamanhos.
Regras para queimar: 1. O jogador só é queimado se a bola, depois de bater nele, cair no chão em campo, mesmo que bata em parede ou outro jogador. Se ele segurar a bola, está salvo. Se a bola, depois de bater num jogador, for pega por outro jogador, o primeiro fica salvo.


QUEIMADA DE PINOS

Também são dois times, cada um ocupando metade da quadra. Cada time tem 3 pinos de cores diferentes, iguais para os dois times, que são espalhados nas linhas de fundo da quadra de vôlei: um deles dá a vitória ao time lançador, o outro queima o lançador e o outro salva todos os queimados do time do lançador. Cada time tratará de proteger seus pinos favoráveis mas não podem impedir que eles caiam ou derrubá-los, sob pena do cumprimento da regra do pino. Quem for queimado sai da quadra até a próxima partida ou que seu time consiga salvar todos.


QUEIMADA VALE-TUDO

Também são dois times, cada um ocupando metade da área principal da quadra, por exemplo, se for uma quadra de futebol de salão e de vôlei, os vivos ocuparão a quadra de vôlei; se tiver como tirar as traves de gol, os vivos podem ocupar todo o campo de futebol e os mortos ficarão nas laterais e fundos. Começa o jogo com todos os jogadores em seus campos. Cada time começa com uma ou duas bolas e o objetivo é queimar todo o time adversário. Regras para queimar: 1. O jogador só é queimado se a bola, depois de bater nele, cair no chão em campo, mesmo que bata em parede ou outro jogador. Se ele segurar a bola, está salvo. Se a bola, depois de bater num jogador, for pega por outro jogador, o primeiro fica salvo. Os jogadores queimados vão para o morto, que é a área entorno do campo do adversário. O morto pode queimar, o que também lhe dará o direito de voltar ao campo dos vivos. Se ele queimar um morto adversário, ele só volta aos vivos.






quarta-feira, 8 de maio de 2013

O Esporte e sua influência na Sociedade Moderna

O Esporte e sua influência na Sociedade Moderna
A prática esportiva na sociedade moderna se transformou num sistema institucionalizado; o século XX modificou a sociedade industrial, capitalista e democrática e o esporte também fez parte e sofreu junto essas modificações. Os costumes burgueses, que vimos se espalhar durante o último século, trouxeram ao esporte ideias que se consolidaram e fizeram da prática esportiva algo fundamental nas nações contemporâneas; houve uma vinculação do esporte à busca pelo êxito, aos rendimentos, às regras e à igualdade de oportunidades. O Estado Nacional democrático, através do esporte, conseguiu aproximar as classes sociais e diminuir a discriminação, deram ao esporte o papel de civilizar e democratizar.
Com o tempo, o esporte deixou de ser um passatempo, um lazer, para cada vez mais se mercantilizar. O esporte - profissional ou não - está hoje acompanhado de uma visão comercial e isso permite um acúmulo financeiro que o torna cada vez mais capitalista e gera uma grande importância econômica e política, entre ele e o Estado Moderno. O esporte está ligado à política e isso fica claro, quando verificamos que os países o utilizam como fonte para boas relações internacionais e criação de uma identidade nacional. Todas as nações perceberam há muito tempo que o esporte pode ser uma grande bandeira interna e externa, por isso encontramos, dentro de todos os países, seus mitos esportivos e uma produção emocional e psicológica muito grande, entre as modalidades esportivas e a população, um imenso acompanhamento das modalidades, uma enorme mobilização que faz parte dos espetáculos, o emocional e principalmente, a criação de identidade, onde cada indivíduo se sente parte de um projeto nacional, por exemplo, nas competições que envolvem os grandes times e as seleções de futebol.
O esporte é sim uma ferramenta de grande uso para mobilizar pessoas e criar expectativas positivas destas para com um time, um grupo ou até mesmo um governo. Mas isso não quer dizer, que apenas sofremos um controle do governo, ou que o esporte acaba sendo o “ópio do povo”. As práticas esportivas podem e devem ser construtoras e reconstrutoras de culturas e criar dinâmicas de inovações, enriquecendo nossas vidas. O esporte, passando por uma leitura, crítica, vivência e reflexão, pode transformar-se em uma ferramenta poderosa para um melhor desenvolvimento social, político-cultural e econômico.
O filme “Um sonho possível”, lançado em 2009, pela Warner, pode servir como pano de fundo para uma discussão sobre o esporte na sociedade moderna e como ele está institucionalizado, mas também pode nos mostrar como ele tem um papel de transformação na vida das pessoas. O filme conta a história real da vida de um garoto de classe baixa em Memphis, nos Estados Unidos, que tem um grande potencial esportivo, mas por outro lado, não tinha muito apoio, pois sua família estava afundada em drogas e ele passava boa parte do tempo dormindo pelas ruas. Depois de receber apoio de outras pessoas, o garoto consegue ter acesso a uma escola particular e passa a fazer parte do time de futebol americano da escola, além de ser recebido como um novo membro na casa de uma família muito rica, que passa a dar todo apoio emocional e financeiro para o garoto. No final do filme, verificamos que o garoto conseguiu entrar em uma universidade, com bolsa de estudos, devido ao esporte, e que depois de formado se tornou jogador da Liga de Futebol Americano.
Este filme acaba por mostrar diversos pontos que fazem parte dos textos e das discussões em sala de aula no nosso curso de Cultura Corporal; alguns destes pontos são citados abaixo:
- Em alguns trechos do filme, são mostradas passagens de jogos mais antigos, que contam a valorização do futebol americano e de alguns de seus jogadores, trazendo à tona alguns mitos e questões financeiras da modalidade;
- Uma das discussões do filme é se a família rica que adotou o garoto pobre fez isso com sinceridade ou apenas queriam inseri-lo no time de uma universidade, gerando mais títulos e prestígio para a universidade em questão; vemos assim, a institucionalização do esporte e também questões econômicas;
- O esporte aparece ligado à educação, a família e ao trabalho, onde o garoto é inserido e sua vida é transformada;
- A construção de identidade através do esporte é evidente no filme, onde tenta-se mostrar que o garoto tinha grandes possibilidades de se envolver com o crime e com drogas e sua vida familiar e esportiva o livrou disto;
- Verificamos que a criança que recebe apoio através do esporte pode passar por todas as etapas de seu desenvolvimento e transformar-se em um atleta profissional, apoiado pela educação e pelas iniciativas privadas e estatais;
O esporte está inserido na nossa sociedade moderna, e o Estado já o entende como necessário para a democracia, assim, como as empresas o consideram importante para construir sua imagem perante o público. Assistimos à televisão e, verificando os programas e comerciais, vemos como os atletas e ex-atletas estão presentes, tanto ligados a empresas como em projetos governamentais. Quando pensamos em diversas situações como o lazer, a emoção, as lembranças e outras mais, acabamos por envolver o esporte, por exemplo, quando em meio a tantas discussões, em uma aula de História sobre a Ditadura Militar, o professor abre espaço para discutir a Copa do Mundo de 1970 e o uso da mesma pelos militares, em relação ao controle social e a propagandas do governo da época. As práticas esportivas estão presentes na nossa sociedade e são intrínsecas a nossas vidas, o que precisamos é refletir sobre o esporte e como ele vem contribuindo para melhorarmos a vida na modernidade.

Filme: Um Sonho Possível, ano de 2009
The Blind Side é um filme de drama norte-americano, baseado no livro The Blind Side: Evolution of a Game de Michael Lewis, com roteiro e direção de John Lee Hancock.
O adolescente Michael Oher sobrevive sozinho, vivendo como um sem-teto, quando é encontrado na rua por Leigh Anne Tuohy. Tomando conhecimento de que o garoto é colega de turma de sua filha, Leigh Anne insiste que Michael — que veste apenas bermuda e camiseta em pleno inverno — deixe-a resgatá-lo do frio. Sem hesitar por um momento sequer, ela o convida a passar a noite em sua casa. O que começa com um gesto de bondade evolui para algo maior, pois Michael passa a fazer parte da família Tuohy, apesar de terem origens bem diferentes.
Vivendo no novo ambiente, o adolescente tem de encarar outros desafios. E à medida que a família ajuda Michael a desenvolver todo o seu potencial, tanto no campo de futebol americano quanto fora dele, a presença de Michael na vida da família Tuohy conduz todos por uma jornada de autodescoberta.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013








Problematização

A escola, que por muito tempo preservou a ideia de controle do corpo, hoje tem o desafio, em um contexto multicultural de uma sociedade de consumo e globalizada, de desenvolver uma pedagogia corporal sensível à diversidade e comprometida com a formação de identidades livres e democráticas.

Corpo na escola

Engloba o cognitivo, afetivo-social, psicomotor, porém deve tratar o conhecimento de si (esquema corporal), do meio (estrutura espacial), das relações (eu/meio), tudo com organização temporal.

O brincar

Atividade que ajuda as crianças a se apoderarem de conhecimentos que, desde a infância e especialmente nessa fase, farão parte da constituição da própria subjetividade e das relações humanas.
O jogo, se utilizado como estratégia de ensino, passa a ser atividade pedagógica e não o fazer lúdico que transmite e absorve conhecimentos para posterior estabelecimento de relação ensino/aprendizagem. Limitada assim a livre expressão, fica impedido o seu pleno envolvimento.

Brincadeiras na escola

Na formação da criança, os educadores precisam compreender a brincadeira como algo essencial, que faz parte e auxilia no seu desenvolvimento. Ao brincar, a criança desenvolve seus sentidos, sua cultura e se socializa. Por isso, o reconhecimento do brincar dentro da escola é necessário e deve fazer parte do currículo. O brincar não deveria ser limitado aos momentos de intervalos, recreações ou aulas livres, por exemplo. Claro que as brincadeiras ocorrem nestes espaços, e na maioria das vezes sem a interferência de uma pessoa adulta, mas deveriam ocorrer também em espaços hoje considerados inadequados e que são controlados por um adulto, por exemplo, o professor.

As brincadeiras apresentadas pelos alunos dentro do ambiente escolar nos mostram um pouco das suas culturas, suas vivências e suas formas de estar em grupo e socializar-se. As brincadeiras são responsáveis pela socialização de grande parte dos alunos, dentro das escolas. Experimente observar um aluno novo na sala de aula e logo verá que uma brincadeira o integra rapidamente dentro de um grupo. Por estes e outros motivos, a escola e o professor têm que reconhecer a brincadeira como parte fundamental do dia a dia escolar e criar espaços para que ela aconteça e seja reconhecida.

Em um dos estágios, foram colocadas em prática algumas das brincadeiras das nossas últimas aulas, pensando em praticar e observar algumas das situações discutidas na nossa aula. A turma de estágio foi dividida em grupos que escolheram entre as brincadeiras propostas: dona da rua, cada macaco no seu galho, rouba bandeira e cabo de guerra. Após as escolhas, cada grupo destacou um dos seus membros para explicar a brincadeira escolhida e após cada explicação, todos participaram das brincadeiras. O resultado dessa atividade foi positivo, por diversos motivos:

*Foi criado um vínculo maior entre os alunos e o professor, algo que não vinha acontecendo com as outras atividades em sala;

*Os alunos se propuseram a trazer outras brincadeiras em outras oportunidades;

*Alguns alunos mais quietos participaram das atividades;

*Os alunos entenderam que as brincadeiras faziam parte das aulas e poderiam acontecer novamente;

*Os alunos se organizaram, explicaram as brincadeiras, discutiram sobre as regras e competiram, obedecendo as normas estipuladas pelo professor e por eles mesmos.

Podemos perceber a importância da brincadeira no Ensino Básico e como podemos contribuir no processo de construção do conhecimento e formação das crianças, buscando no brincar possibilidades de desenvolvimento e socialização. A escola deveria valorizar a cultura de jogo que a criança cria paralela à educação formal. Sabemos que o jogo existe e faz parte da constituição das crianças, por isso, deveria fazer parte do Plano Pedagógico e ser considerado patrimônio cultural, não ficando à margem da nossa educação. O jogo pode ter a função de comunicação/expressão, demonstrando sentimentos e intenções. Podemos criar ressignificações e ampliações dos jogos e seus conceitos, desenvolvendo novas vivências nos grupos e reelaborando nossas propostas, dentro dos projetos que colocamos em prática nas escolas.


“A brincadeira nos transporta para um lugar que ainda não existe, pois só tem vida no faz de conta. É nela que mora o poder da imaginação!”.

“O tempo, assim como a gente, voa, quando é hora é hora de brincar”.

João e Maria – Chico Buarque


QUER BRINCAR? Evelyn Heine

Alegria de criança
É tão fácil, tão gostosa!
Qualquer sonho se alcança.
E a vida é cor-de-rosa.

O brinquedo ou a caixa,
Tudo serve pra brincar.
Tudo sempre se encaixa
Nesta fase de inventar.

Pega-pega, esconde-esconde, mau-mau...
Gato mia, polícia e ladrão...
Brincadeira mais legal
Vem da imaginação.

Você brinca o dia todo
E com tudo que aparece.
Se adulto é quem brinca,
Dizem dele: “Este não cresce!”

Mas criança se diverte
De um jeito diferente.
Ela leva mais a sério
A missão de ser contente.

Qualquer coisa nessa vida
Pode virar brincadeira.
Chuva, rio, nuvem surgida...
Qualquer coisa que se queira.

Quando você for grande
Continue a diversão.

Com bola, pintura ou casinha...
Existe uma profissão!

Até mesmo com palavras
A gente pode brincar.
Está vendo esta poesia?
Eu brinco é de rimar!