quarta-feira, 17 de abril de 2013

Brincadeiras na escola

Na formação da criança, os educadores precisam compreender a brincadeira como algo essencial, que faz parte e auxilia no seu desenvolvimento. Ao brincar, a criança desenvolve seus sentidos, sua cultura e se socializa. Por isso, o reconhecimento do brincar dentro da escola é necessário e deve fazer parte do currículo. O brincar não deveria ser limitado aos momentos de intervalos, recreações ou aulas livres, por exemplo. Claro que as brincadeiras ocorrem nestes espaços, e na maioria das vezes sem a interferência de uma pessoa adulta, mas deveriam ocorrer também em espaços hoje considerados inadequados e que são controlados por um adulto, por exemplo, o professor.

As brincadeiras apresentadas pelos alunos dentro do ambiente escolar nos mostram um pouco das suas culturas, suas vivências e suas formas de estar em grupo e socializar-se. As brincadeiras são responsáveis pela socialização de grande parte dos alunos, dentro das escolas. Experimente observar um aluno novo na sala de aula e logo verá que uma brincadeira o integra rapidamente dentro de um grupo. Por estes e outros motivos, a escola e o professor têm que reconhecer a brincadeira como parte fundamental do dia a dia escolar e criar espaços para que ela aconteça e seja reconhecida.

Em um dos estágios, foram colocadas em prática algumas das brincadeiras das nossas últimas aulas, pensando em praticar e observar algumas das situações discutidas na nossa aula. A turma de estágio foi dividida em grupos que escolheram entre as brincadeiras propostas: dona da rua, cada macaco no seu galho, rouba bandeira e cabo de guerra. Após as escolhas, cada grupo destacou um dos seus membros para explicar a brincadeira escolhida e após cada explicação, todos participaram das brincadeiras. O resultado dessa atividade foi positivo, por diversos motivos:

*Foi criado um vínculo maior entre os alunos e o professor, algo que não vinha acontecendo com as outras atividades em sala;

*Os alunos se propuseram a trazer outras brincadeiras em outras oportunidades;

*Alguns alunos mais quietos participaram das atividades;

*Os alunos entenderam que as brincadeiras faziam parte das aulas e poderiam acontecer novamente;

*Os alunos se organizaram, explicaram as brincadeiras, discutiram sobre as regras e competiram, obedecendo as normas estipuladas pelo professor e por eles mesmos.

Podemos perceber a importância da brincadeira no Ensino Básico e como podemos contribuir no processo de construção do conhecimento e formação das crianças, buscando no brincar possibilidades de desenvolvimento e socialização. A escola deveria valorizar a cultura de jogo que a criança cria paralela à educação formal. Sabemos que o jogo existe e faz parte da constituição das crianças, por isso, deveria fazer parte do Plano Pedagógico e ser considerado patrimônio cultural, não ficando à margem da nossa educação. O jogo pode ter a função de comunicação/expressão, demonstrando sentimentos e intenções. Podemos criar ressignificações e ampliações dos jogos e seus conceitos, desenvolvendo novas vivências nos grupos e reelaborando nossas propostas, dentro dos projetos que colocamos em prática nas escolas.

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