quinta-feira, 18 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013








Problematização

A escola, que por muito tempo preservou a ideia de controle do corpo, hoje tem o desafio, em um contexto multicultural de uma sociedade de consumo e globalizada, de desenvolver uma pedagogia corporal sensível à diversidade e comprometida com a formação de identidades livres e democráticas.

Corpo na escola

Engloba o cognitivo, afetivo-social, psicomotor, porém deve tratar o conhecimento de si (esquema corporal), do meio (estrutura espacial), das relações (eu/meio), tudo com organização temporal.

O brincar

Atividade que ajuda as crianças a se apoderarem de conhecimentos que, desde a infância e especialmente nessa fase, farão parte da constituição da própria subjetividade e das relações humanas.
O jogo, se utilizado como estratégia de ensino, passa a ser atividade pedagógica e não o fazer lúdico que transmite e absorve conhecimentos para posterior estabelecimento de relação ensino/aprendizagem. Limitada assim a livre expressão, fica impedido o seu pleno envolvimento.

Brincadeiras na escola

Na formação da criança, os educadores precisam compreender a brincadeira como algo essencial, que faz parte e auxilia no seu desenvolvimento. Ao brincar, a criança desenvolve seus sentidos, sua cultura e se socializa. Por isso, o reconhecimento do brincar dentro da escola é necessário e deve fazer parte do currículo. O brincar não deveria ser limitado aos momentos de intervalos, recreações ou aulas livres, por exemplo. Claro que as brincadeiras ocorrem nestes espaços, e na maioria das vezes sem a interferência de uma pessoa adulta, mas deveriam ocorrer também em espaços hoje considerados inadequados e que são controlados por um adulto, por exemplo, o professor.

As brincadeiras apresentadas pelos alunos dentro do ambiente escolar nos mostram um pouco das suas culturas, suas vivências e suas formas de estar em grupo e socializar-se. As brincadeiras são responsáveis pela socialização de grande parte dos alunos, dentro das escolas. Experimente observar um aluno novo na sala de aula e logo verá que uma brincadeira o integra rapidamente dentro de um grupo. Por estes e outros motivos, a escola e o professor têm que reconhecer a brincadeira como parte fundamental do dia a dia escolar e criar espaços para que ela aconteça e seja reconhecida.

Em um dos estágios, foram colocadas em prática algumas das brincadeiras das nossas últimas aulas, pensando em praticar e observar algumas das situações discutidas na nossa aula. A turma de estágio foi dividida em grupos que escolheram entre as brincadeiras propostas: dona da rua, cada macaco no seu galho, rouba bandeira e cabo de guerra. Após as escolhas, cada grupo destacou um dos seus membros para explicar a brincadeira escolhida e após cada explicação, todos participaram das brincadeiras. O resultado dessa atividade foi positivo, por diversos motivos:

*Foi criado um vínculo maior entre os alunos e o professor, algo que não vinha acontecendo com as outras atividades em sala;

*Os alunos se propuseram a trazer outras brincadeiras em outras oportunidades;

*Alguns alunos mais quietos participaram das atividades;

*Os alunos entenderam que as brincadeiras faziam parte das aulas e poderiam acontecer novamente;

*Os alunos se organizaram, explicaram as brincadeiras, discutiram sobre as regras e competiram, obedecendo as normas estipuladas pelo professor e por eles mesmos.

Podemos perceber a importância da brincadeira no Ensino Básico e como podemos contribuir no processo de construção do conhecimento e formação das crianças, buscando no brincar possibilidades de desenvolvimento e socialização. A escola deveria valorizar a cultura de jogo que a criança cria paralela à educação formal. Sabemos que o jogo existe e faz parte da constituição das crianças, por isso, deveria fazer parte do Plano Pedagógico e ser considerado patrimônio cultural, não ficando à margem da nossa educação. O jogo pode ter a função de comunicação/expressão, demonstrando sentimentos e intenções. Podemos criar ressignificações e ampliações dos jogos e seus conceitos, desenvolvendo novas vivências nos grupos e reelaborando nossas propostas, dentro dos projetos que colocamos em prática nas escolas.


“A brincadeira nos transporta para um lugar que ainda não existe, pois só tem vida no faz de conta. É nela que mora o poder da imaginação!”.

“O tempo, assim como a gente, voa, quando é hora é hora de brincar”.

João e Maria – Chico Buarque


QUER BRINCAR? Evelyn Heine

Alegria de criança
É tão fácil, tão gostosa!
Qualquer sonho se alcança.
E a vida é cor-de-rosa.

O brinquedo ou a caixa,
Tudo serve pra brincar.
Tudo sempre se encaixa
Nesta fase de inventar.

Pega-pega, esconde-esconde, mau-mau...
Gato mia, polícia e ladrão...
Brincadeira mais legal
Vem da imaginação.

Você brinca o dia todo
E com tudo que aparece.
Se adulto é quem brinca,
Dizem dele: “Este não cresce!”

Mas criança se diverte
De um jeito diferente.
Ela leva mais a sério
A missão de ser contente.

Qualquer coisa nessa vida
Pode virar brincadeira.
Chuva, rio, nuvem surgida...
Qualquer coisa que se queira.

Quando você for grande
Continue a diversão.

Com bola, pintura ou casinha...
Existe uma profissão!

Até mesmo com palavras
A gente pode brincar.
Está vendo esta poesia?
Eu brinco é de rimar!